Amor e Gelato

Sabe aquele livro que você não lê, mas vive? Esse é um desses.

A história se desenvolve em torno de Lina, que vai passar um tempo na Itália, depois da morte de sua mãe. Lá, ela pretende morar com Howard, um cara que ela nunca conheceu, mas que acabou descobrindo ser seu pai. Além de tudo, antes de morrer, a mãe de Lina deixou um diário sobre o ano em que ela mesma passou em Florença. Assim, enquanto a personagem vive e descobre a Itália, ela é acompanhada pelas histórias de sua mãe, passando pelas mesmas experiências que ela.

Não preciso dizer que qualquer livro que se passa em solo europeu não tende a decepcionar, mas, ainda assim, esse te leva para Florença de um jeito diferente. E, mesmo eu, que nunca estive na Itália, sinto como se conhecesse cada detalhe dos lugares que Lina visitou. Além disso, todos os personagens têm ótimas histórias de vida próprias, e “sub conflitos” independentes do enredo principal do livro;  todos muito bem desenvolvidos e profundos, sendo fácil se identificar com eles. 

É interessante como minha cabeça acabou até separando o Howard em dois personagens: o que conhecia através do diário da mãe de Lina, e o que realmente convivia com a menina. Assim, é possível entender o homem melhor ainda, conhecendo seu passado. Ademais, a protagonista não podia ter escolhido alguém melhor que Ren, seu melhor amigo italiano, para viver todo o enredo conosco. Além de ele ser um doce de pessoa, o menino ainda ensina muito à Lina, e, consequentemente, aos leitores, sobre a Itália, mas também sobre amizade e sobre mudanças da vida.

No livro, a chefe do cemitério em que Lina passa, relutantemente, seu tempo na Itália, afirma que  “Sabe, as pessoas vêm à Itália por vários motivos, mas quando ficam aqui, é só por dois: Amor e Gelato”. E, agora, posso atestar que, pelo menos no meu caso, um dos motivos que me levariam à Itália, seria, de fato, a obra “Amor e Gelato”.

Se você procura um livro com uma história que consegue ser leve, sem deixar de ser intrigante e bem desenvolvida, com personagens que deixam uma saudade depois que o livro acaba — e que te dará conselhos que você realmente pode incorporar à sua vida mesmo que não seja em Florença, ou morando em um cemitério — você definitivamente precisa ler “Amor e Gelato”.

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